domingo, 27 de dezembro de 2015

O blog em 2015

Retrospectiva 2015

Esse ano resolvi pegar trechos dos textos de 2015 para compartilhar com vocês. Gostei tanto de fazer isso, que com certeza vou repetir nos próximos anos.

A surpresa foi ver que mesmo escrevendo todos os textos com o mesmo tamanho de fonte, no blog, eles aparecem de tamanhos variados... impermanência também na internet.

Tomara que vocês gostem de reler tanto quanto eu gostei de rever.

Beijos, Érima


Janeiro

“Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença. Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.” Oração Celta
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Lembre-se que por mais difícil que seja acreditar, toda situação tem uma saída, toda noite escura tem um fim brilhante. 
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Vamos conversar sobre os efeitos do tratamento contra o câncer?
Você conhece alguém que também queira participar dessa conversa?A ideia é nos “encontrarmos” via Skype, com dia e hora marcado.  É só mandar uma mensagem para erimacba@gmail.com que passo a data.
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E novas chances é o que conquistamos a cada dia que nos responsabilizamos por nossa vida com o foco na melhor saúde possível em cada momento da nossa existência. Ganhar consciência de que a longevidade saudável é possível, também abre um leque de novas descobertas, sobre, alimentação, qualidade de sono, autoconhecimento, atividade física, hidratação, meditação, lazer, convivência. Envelhecer é um processo, e esse processo pode ser alterado para muito melhor com atitudes preventivas, curativas e/ou paliativas.

Fevereiro


Uma amiga querida usa essa expressão, “pracinha do Facebook”, para contar as conversas, e os encontros, que anda tendo nessa rede social. Achei o nome genial porque me sinto assim mesmo quando me conecto, indo para a pracinha do Facebook encontrar os amigos.
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O que eu mais ouvi nessa semana foi: nossa, como está tudo devagar.... Várias pessoas se queixando de o ano não ter “realmente” começado. Muito interessante isso, quando o tempo sobra, não sabemos o que fazer com ele... Porque é disso que falam essas queixas, o tempo está sobrando. 
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Eu nem gosto assim de carnaval, não sou da folia, mas é inegável o clima de alegria que enche o ar. Um calor sem precedentes, crise hídrica, crise ética na política, crise politica, crise na Petrobrás, falta água, falta luz, falta verdura, sobra trânsito, e mesmo assim, o povo descobre motivos para comemorar e vai para festa! Amo ser brasileira!
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Agora que passou o carnaval, que o verão já está acabando, que as férias já acabaram, é hora de pensar no futuro. O que você quer para esse ano? Você traçou metas? Fez planos?

Março

Perdoar reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso, mas que não pode ser mudado. Ele também limita a ruminação que leva a um sentimento de impotência que reduz a capacidade de alguém cuidar de si mesmo.
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Escolhemos que emoções alimentar. Ponto. “Isso é muito pesado” me disse uma cliente. Mas é esse o caminho da maturidade humana e afetiva: aceitar você mesmo com seus sentimentos e se responsabilizar por eles.
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Pensa um pouco, você é alguém que conta uma história sem ao menos escutar os dois lados? Você já se perguntou se aquilo que você acha que é verdade e você divulga, é verdade mesmo? Com o poder da internet hoje em dia, uma história mal contada vira “verdade” depois de tanta divulgação...
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Falando de Deus: “mãe é sempre um atestado da presença desse cara.” Martha Medeiros

“Vive melhor quem lê a respeito das questões que lhe afligem.” Martha Medeiros

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Já percebeu que uma mudança externa, às vezes, é o click que faltava para confirmar uma mudança interna? Mudanças de atitude dependem do autoconhecimento, da auto-observação, mas muitas vezes, embora você tenha mudado internamente, a mensagem que você passa externamente, por conta da sua postura, seu modo de se vestir, independente das suas atitudes, não mostram suas mudanças internas.

Abril

Já aconteceu de você ter “decidido” fazer uma coisa, e mesmo tendo certeza que era o melhor a ser feito, você não conseguir? Saiba que você não foi à única pessoa a passar por isso, pois é bem comum... Não bastam nossas boas intenções, muitas vezes raciocinadas, temos que decidir também emocionalmente.
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Nos reconstruímos numa terapia, numa viagem de autoconhecimento. Também nos reconstruímos numa cirurgia restauradora, numa reabilitação. Nos reconstruímos sempre que decidimos por uma mudança na vida, no trabalho, na aparência, nas atitudes, nos pensamentos, nas crenças. Nos reconstruímos sempre que decidimos mudar.
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Esse é um momento de determinação, entrega, foco, nitidez. É um momento de muito aprendizado, de paciência, de consciência dos limites, e consciência do poder de superar limites. A reabilitação também é um caminho repleto de silêncios e contemplação, além de ser de muitas descobertas e desafios. 
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"O sofrimento é impermanente e é justamente por isso que podemos transformá-lo. A felicidade é impermanente e é justamente por isso que precisamos nutri-la". Thich Nhat Hanh

Maio

Não se preocupe em ser artista, você não precisa ter nenhum pré-requisito para começar a colorir e se beneficiar com isso. Muitas vezes a arte foi o reduto da expressão livre, e acabou conquistando um lugar privilegiado, a partir do momento em que as atividades cotidianas, ou de trabalho, estimulavam o contrário. Mas é um vício de percepção considerar que o criativo é o genial, o inédito, o exclusivo.
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Mas existem outros tipos de mães. São as mães que não tiveram filhos humanos, adotados ou não, mas se dedicam aos seus animais como se fossem seus filhos. Feliz do animalzinho que teve sua vida compartilhada com uma “mãe” humana.
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Na nossa busca por amor e pertencimento tentamos de tudo, tentamos com todas as forças ser o que imaginamos que esperam de nós, tentamos agir como as melhores pessoas do mundo, tentamos inclusive, agradar Deus. Só não olhamos a dor que sentimos, nem a reconhecemos como nossa. Afinal, se eu mostrar quem eu sou, ninguém vai me ajudar...
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Gratidão é uma forma de amor. Agradecer faz com que um espaço dentro de você se abra para que o merecimento instale aquilo que é seu e que você está recebendo.
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Impessoal? Nenhum pouco. Aliás, depende do usuário. Qualquer uma dessas formas de comunicação pode ser impessoal. Mas quando você quer mesmo se comunicar, são ferramentas maravilhosas.

Junho

De vez em quando encontro com pessoas que sofrem, mas se recusam a ceder. Para elas a resposta à pergunta, ser feliz ou ter razão, é sem dúvidas ter razão. Ficam presas a um episódio da própria vida apenas para ter razão, sem perceber que, nesse caso, o vigia é tão prisioneiro quanto o vigiado. 
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Nem tudo dá certo, há que se aprender a suportar a frustração. Mas se diante das adversidades você lembrasse que pode olhar o mundo de forma diferente? E se o que você acha que não deu certo, deu certo sim!, mas você não acredita por que esperava outra coisa?
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Me amar fez toda a diferença na minha vida: amar a si mesmo é um requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a felicidade. 
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Para conhecer o frio é preciso sentir frio, para conhecer a fome, é preciso ter fome, para conhecer o alívio, é preciso superar um momento de tensão, para conhecer o descanso, é preciso se cansar, para conhecer o amor, o desamor, a sabedoria, a manipulação, o bom senso, a competição, a compaixão, o perdão, a despedida, o encontro, a cobiça, a alegria, a rejeição, a espontaneidade, a liberdade, a raiva, a esperança, e assim por diante, é preciso viver.

Julho

Construir relações de amizade que levem ao sentimento de pertencimento não tem preço. Se sentir pertencendo pode acontecer tanto num convívio temporário, quanto num permanente. E mesmo assim aquele grupo, aquele espaço, aquela lembrança, será sempre uma referência, será sempre um lugar para voltar e se sentir acolhido. E amigos assim, continuam amigos mesmo que deixem de conviver.
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Nós somos influenciados por imagens. Nossa mente é eficaz na criação de fantasias e na projeção dessas fantasias na realidade. Essa é uma boa maneira de explorar as possibilidades, fantasiando, sonhando. 
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Já que você está vivo, e lendo esse texto, vale a pena pensar no assunto. Que você possa viver sem arrependimentos, sabendo que fez tudo ao seu alcance para ser uma pessoa melhor e mais feliz. Que você escolha ser feliz.
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Diz a Bárbara: “quando pousamos a nossa atenção em algo, nós convidamos aquilo para dentro de nossas vidas. Então que tal passarmos os próximos 21 dias convidando para nosso caminho aquilo que nos faz bem?”

Agosto

Você pode escolher mudar sua vida, a qualquer momento, começando onde você está, usando o que você tem, fazendo o que você pode. Então mãos a obra.
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Tenho plena convicção que a vida é uma passagem, que estamos aqui para aprender e progredir e assim voltar para casa, para nossa essência, na luz. Mas mesmo assim, não foi fácil para mim pensar que meu amigo, tão querido, podia desistir de lutar.
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As dificuldades que esses pacientes enfrentam podem variar em intensidade e podem tornar difícil a realização de atividades rotineiras. Como esses sintomas vão perdurar por um tempo após o fim do tratamento, é necessário aprender a lidar com eles, e isso envolve encontrar maneiras de desempenhar melhor as atividades da vida diária. 
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Como é bom comemorar! E mesmo quem ainda não se deu conta, ao comemorar estamos agradecendo, orando gratidão por alguma conquista. Então, ao comemorarmos, estamos todos comendo e orando.
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Já repararam que quando alguém não quer tomar uma decisão, ou não quer mudar, responde alguma coisa parecida com “eu não tenho tempo”, ou “eu não consigo”, ou “eu cansei”“Eu não tenho tempo”, “eu não consigo”, “eu cansei”, são algumas das várias maneiras de se desresponsabilizar da própria vida. Na verdade o que estão dizendo é “eu não quero tomar decisões”.

Setembro

Ser voluntário é mais do que dedicar um tempo de sua vida sem receber remuneração, é ser participativo, solidário, é estar aberto para aprender e ensinar. Como diz uma amiga minha, é o trabalho dos ajudantes do Papai do Céu.
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Respirar conscientemente nos leva ao nosso paraíso interno, e de lá, todas as reações ficam melhores. Você entra em contato com sua capacidade de escolha, aquela que nasce na sua melhor parte, e que lhe diz que há mais vida para viver e mais amor para sentir. Ao respirarmos com consciência temos a chance de parar brevemente antes de tomar uma decisão. É uma ótima maneira de evitar reações impulsivas, quase sempre tão desgastantes.
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Nós, seres humanos, temos quatro aspectos distintos: físico, emocional, intelectual e espiritual. Para uma avaliação ampla dos seus cuidados com você, você pode examinar como anda cuidando de cada um desses aspectos. 
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Uma das necessidades básicas do ser humano é pertencer. Pertencer e se identificar com um grupo é tão necessário ao ser humano quanto para a maioria dos animais. É por isso que nos unimos e formamos famílias, tribos, torcidas, grupos e até gangues.

Outubro

Você sabe o que é neuróbica? Não? Eu conto! Neuróbica é a aeróbica dos neurônios, uma série de exercícios que tem a intenção de deixar o seu cérebro ativo e estimulado.
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“A inteligência gosta de brincar. Brincando, ela salta e fica mais inteligente ainda. Brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tem de fazer coisas que não são desafio, ela fica preguiçosa e emburrecida.” Rubem Alves
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Uma amiga minha, após assistir uma avaliação feita por uma terapeuta ocupacional, exclamou maravilhada: “Que lindo! T.O’s pensam com liberdade!” Que bom que ela percebeu! Realmente, nós vemos possibilidades onde a maioria vê impossibilidade, vemos solução onde as pessoas só enxergam problemas, desenvolvemos estratégias de superação quando as pessoas acreditam que não tem saída, não tem mais jeito, usamos com criatividade diversos materiais, descobrimos funções especiais em objetos da vida diária, damos potência ao outro, adaptamos a casa, o trabalho, o trajeto as possibilidades das pessoas, motivamos, estimulamos, acreditamos que todas as pessoas são capazes independente da sua condição, transformamos com o uso das atividades as vidas dos pacientes, das famílias, das comunidades e, claro, dos terapeutas. 
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Muitas vezes pessoas queridas foram anjos para mim, e pensando agora, o que elas fizeram foi apenas me mostrar o caminho. Meus anjos, como isso fez diferença!

Novembro

“Ao viver bem com as pessoas, afora amá-las, lembre-se de que elas precisam: privacidade; espaço para serem criativos; permissão para errar; aceitação pelo que são e pelo que não são." Bob Hoffman
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E pode ser que ele nem ao menos consiga se alfabetizar. E tudo bem. Ele ganha com a convivência e os outros alunos ganham tolerância, aceitação e informação para lidar com qualquer diferença. Não é essa a verdadeira vocação da educação? Aprender a lidar com as diferenças sejam elas de forma, capacidade, cor, ideologia, ou qualquer outra maneira de estar no mundo?
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“O amor pode e deve ser ativado toda vez que a razão se perde.” Yolanda Borelli Castello Branco
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Já se deu conta que da perspectiva do planeta não existe o lado de fora? O "fora" não existe, pois estamos todos “dentro” da Terra e daqui não podemos sair. Não tem ainda como mudar de planeta, então é desse que temos que cuidar. Também que feio, mudar deixando a natureza destruída, e o planeta inviável... não né? Vamos fazer a nossa parte.
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Não precisamos ficar olhando o processo acontecer, podemos ajudar no reflorestamento emocional focando no positivo, plantando respeito, alegria, paz, comprometimento, sucesso, pertencimento, plenitude, esperança, autoconfiança, liberdade, amor, admiração, entusiasmo, expectativas positivas, otimismo, contentamento, realização, e todas as outras qualidades nativas.

Dezembro

Você sabia que a virada do ano é o único evento anual que não está associado a nenhum evento da natureza? Mudanças de estação, páscoa, carnaval, todos eles estão relacionados a um evento natural. Mas o réveillon é uma invenção social. Fica combinado assim, dia 31 de dezembro o ano acaba, dia 1° de janeiro o ano começa. 
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Amigo, por definição, é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa. Amigo é aquela pessoa que tem o poder de acrescentar ao outro, com suas ideias, momentos de vida, informações, ou apenas alguém com quem você possa dividir momentos e sentimentos. E fazer uma brincadeira de amigo oculto entre amigos, não tem preço que pague.
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Saiba que Deus está a seu favor, o universo está a seu favor, a vida está a seu favor, mesmo que, às vezes, as coisas não aconteçam da maneira que você espera. Com esse olhar, sabendo que tudo que aconteceu foi a seu favor e contribuiu para o seu melhor, reveja o ano de 2015, e agradeça.
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Nos vemos em 2016!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Revendo 2015

Érima de Andrade

Fim de ano, fim de ciclo, é o momento de olhar para trás e reverenciar o ano vivido. Sim, reverenciar, agradecer por esse ano que passou. Foi difícil? Foi. Mas temos muito a agradecer.

Olhe para tudo que você viveu. Se for preciso, pegue sua agenda, comece lá por janeiro, e veja quanta coisa você aproveitou, quanta coisa deu certo, quantas coisas você aprendeu. Vai olhando mês a mês, eu tenho certeza que você tem muito a agradecer. Todos temos, você não é exceção.

Lembre que todas as experiências que você viveu contribuíram para que você obtivesse sabedoria. Você pode inclusive agradecer ao que deu errado, pois assim você pôde colocar consciência naquilo que você não quer mais. Saber o que você não quer, permite que você escolha o que você quer e o que lhe faz feliz. E você pode agradecer por poder escolher.

Saiba que Deus está a seu favor, o universo está a seu favor, a vida está a seu favor, mesmo que, as vezes, as coisas não aconteçam da maneira que você espera. Com esse olhar, sabendo que tudo que aconteceu foi a seu favor e contribuiu para o seu melhor, reveja o ano de 2015, e agradeça.

Agradeça por poder olhar o passado com mais leveza e menos crítica. E você pode fazer isso, escolhendo olhar para tudo com gratidão. A gratidão é uma energia poderosa, quanto mais você se colocar em estado de gratidão, mais vai atrair coisas pela qual ser grato.

Não vale fazer uma retrospectiva só dos aspectos negativos do ano. Também não faz sentido condenar ou lamentar uma lição de vida importante. Quando a vida lhe dá toda a razão de ser negativo, pense em uma boa razão para ser positivo. Você pode, inclusive, sinceramente dizer: obrigado por essa experiência. Permita que a gratidão traga sentido para o ontem, paz para o presente, e uma visão positiva para o amanhã.

Ser grato vai lhe fazer feliz. E isso não significa que você parou de desejar mais e mais. Significa apenas que você é grato pelo que tem e que espera com paciência o que ainda virá. Dias bons lhe trazem felicidade, dias ruins, sabedoria. Ambos são essenciais. Agradeça.

Mas lembre-se que não basta falar, é preciso viver a gratidão. Como você vive é mais importante do que o que você fala. Mas o meu desejo é que você viva o que você diz. 

Lembre-se também de retribuir. A agitação do dia a dia quase não permite que a gente perceba que recebemos muito mais do que damos. Há sempre algo pelo qual ser grato, o bom dia, a disponibilidade, a presteza, a atenção, a resposta as suas questões, tudo isso merece a sua gratidão.

Não esqueça também que só porque alguma coisa não durou para sempre, não significa que ela não foi maravilhosa. Agradeça também essa oportunidade de experimentar algo que foi maravilhoso em sua vida, mesmo que tenha sido por um curto período de tempo. Seus caminhos se cruzaram quando foi importante para você. Agora seguem em outras direções, mas o que vocês viveram merece a sua gratidão.

Aprenda a deixar ir, a fluir com a vida, a relaxar no que acontece, a soltar o controle de tudo. Abandonar expectativas permite que você realmente viva o inesperado. Positividade significa estar aqui. Esse é o grande milagre, estar no aqui e agora, agindo de acordo com o que lhe acontece.
Eu desejo que você busque ser melhor, dentro e fora de você. Que leve mais amor e oxigênio à sua vida. Que tenha tempo para sorrir, tempo para recomeçar se fracassar, tempo para novas esperanças, tempo para amar, tempo para ser feliz, tempo para viver cada dia e cada hora como um presente, tempo para agradecer.
Que você tenha felizes festas!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Amigo Oculto

Érima de Andrade

Final de ano é época de amigo oculto. Gosto muito desse nome, um amigo que sem eu saber, está procurando alguma coisa para me presentear.

Amigo, por definição, é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa.
Amigo é aquela pessoa que tem o poder de acrescentar ao outro, com suas ideias, momentos de vida, informações, ou apenas alguém com quem você possa dividir momentos e sentimentos. E fazer uma brincadeira de amigo oculto entre amigos, não tem preço que pague.

Amigo oculto, aqui no Rio de Janeiro, ou amigo secreto, em São Paulo, é uma brincadeira tradicional de fim de ano.
É comum entre amigos, colegas de trabalho ou estudo, familiares e em todos os grupos de pessoas que passaram um tempo juntas. É a brincadeira preferida para fechar um ciclo, pois pode reunir numa única brincadeira pessoas de várias idades, opiniões, competências, etc. Todos são bem vindos, e todos se divertem.

A origem da brincadeira é desconhecida, mas
ela se popularizou mesmo no ano de 1929, em plena depressão econômica. Como não era possível presentear a todos, a opção para que todos recebessem um presente, foi fazer o amigo oculto.

Como funciona:
cada participante sorteia um nome e o mantém em segredo. Se sortear seu próprio nome, devolve e sorteia novamente. É para essa pessoa sorteada que você será o amigo oculto, é para ela o presente.

Eu gosto de procurar sabendo para quem eu vou dar.
Gosto de pensar na pessoa que vai receber e procuro algo que acredito que ela vai gostar. Mas em algumas situações não é possível sortear antes. Então a brincadeira acontece de forma mais aleatória ainda, quem oferece não sabe a quem se destina o presente até o momento da troca. No dia da confraternização acontece o sorteio e a troca de presentes.

No dia da brincadeira, para quem sorteou antes, ou sorteou no dia,
através de dicas, os participantes tentam adivinhar quem será o primeiro presenteado. Amigo descoberto, há a entrega do presente. Quem recebe é o próximo que dá as dicas, e assim sucessivamente até que todos sejam presenteados.

Eu e minhas amigas resolvemos fazer um amigo oculto de final de ano.
Descobrimos que seria difícil uma data para sortear os nomes e uma data para a confraternização. Então optamos por fazer através de um site, usamos o amigosecreto.com.br

Coube a mim montar o grupo no site. Preenchi os dados, nome do grupo, dia do sorteio e convidei as participantes. O convite vai por email. A pessoa recebe o convite e se quiser participar, aceita.
Só assim, concordando, ela estará no grupo.

No dia combinado, entrei no site e cliquei em realizar sorteio. Pronto. O site enviou um email a todas informando quem cada uma de nós havia tirado.

Combinamos que levaríamos um presente feito por nós. Acredito que um presente só tem sentido se você está presente no presente. Então procuro um presente que combine comigo  e com a pessoa presenteada.

Pensando assim, fiz para minha amiga oculta, uma horta em vasos. Coloquei numa cesta mudas de tomate, manjericão e hortelã-pimenta. Como ninguém é obrigado a saber tudo, fiz um texto contando a origem das plantas, os cuidados de rega, luz e adubação, problemas comuns e suas soluções. Como eu não resisto a uma folha em branco, coloquei também uma receita de macarrão com tomate e manjericão. Gostei tanto de fazer o presente quanto, acredito, ela gostou de ganhar!

Esperar pela festa é tão bom quanto o dia da festa. Vivemos uma energia boa da expectativa de encontro, de confraternização. E claro, fomos dando dicas para estimular a curiosidade. Contei que minhas gatas estavam apaixonadas pelo meu presente. Pura verdade. Elas cheiravam sem parar todas as mudas. Mas foi só isso, não comeram nenhuma folhinha.

Depois contei que dois terços do presente estavam prontos, mas uma parte estava em recuperação. Não sei o que elas imaginavam que eu estava fazendo, mas em recuperação ficou o tomate. Uma ventania jogou longe o vaso, e foi preciso replantá-lo.

No fim tudo deu certo. E foi tão mágico como cada presente combinava com a presenteada! Como eu estou na fase “Jardim Secreto”, ganhei uma lata decorada para os meus lápis de cor. Veio junto uma plantinha. Quando eu não estiver colorindo, a lata vira um cachepô. Muito, muito legal!!!

Que o seu fim de ano seja pleno em confraternizações. Que suas confraternizações sejam plenas de contentamento. Que você tenha amigos para quem valha a pena procurar um presente. Que você seja feliz.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Enfim dezembro!

Érima de Andrade

Dezembro é um mês com energia especial. É o último mês do ano. Quando chega dezembro as pessoas têm, normalmente, uma das duas sensações: nossa, passou rápido, ou nossa, ainda bem que o ano está acabando.

As pessoas que sentem que passou rápido, de modo geral, mergulharam na rotina e não perceberam a passagem do tempo. O cérebro esquece situações repetidas, ela coloca todas elas numa caixinha como se todas fossem a mesma única. Por isso estar mergulhado na rotina, fazendo todos os dias tudo sempre igual, dá uma sensação de não ter feito nada. E o tempo passou rápido, já é dezembro.

Para sair disso é preciso mudar e marcar. Mudar a rotina, buscar novas alternativas, novos caminhos, novas maneiras de estar no mundo. E marcar, marcar, de alguma maneira, cada evento. Pode ser uma comemoração a cada 100 trabalhos feitos; se 100 é um número muito alto para você, comemore seus trabalhos terminados num número redondo que se adapte a sua realidade. Você merece comemorar todas as etapas da sua vida.

Terminou um tratamento, comemora. Conseguiu um novo cliente, comemora. Mais um livro foi lançado, comemora. E isso não significa dar uma festa para mil e quinhentos convidados. Não é essa a ideia. A ideia é marcar aquele feito com algo significativo para você. Uma foto, um brinde, um bolo, café na cama, passeio, viagem, um encontro, qualquer coisa que seja significativa.

Conheço uma empresa que comemora os feitos dividindo um vinho com todos os envolvidos na história. É só isso, lá na empresa mesmo, abrem um vinho e dividem. Mas eles têm muito orgulho do pote de rolhas. É o troféu, uma lembrança de quanto eles já conquistaram.

É essa a ideia, comemore as conquistas da sua rotina e você vai ver como acaba essa sensação de que o tempo passou rápido.

As pessoas que chegam em dezembro com a sensação de nossa, ainda bem que o ano está acabando, são aquelas que tiverem um ano especialmente cheio, e ver o fim, logo ali, desperta nelas o segundo fôlego, aquela respirada que motiva a continuar até o fim.

Segundo fôlego, do ponto de vista fisiológico, é aquela sensação tão conhecida dos atletas, de facilidade e nítida vontade de terminar, que acontece na parte final das provas, em momentos dramáticos de acumulação de estresse, esforço e ânsia de ver ultrapassada a linha de chegada. 

Uma sensação que surge como magia no preciso momento em que o esforço é mais agudo. Nesse momento tudo de penoso que surgiu durante a prova é esquecido, todos aqueles momentos em que a meta pareceu cada vez mais distante ficam para trás, e surge uma nova determinação, como se a prova tivesse acabado de começar.

O segundo fôlego vem da motivação, disciplina e superação, não precisa ser atleta para viver isso. Quem olha para dezembro e pensa, está acabando, acessa em si mesmo o segundo folego. E segue em frente, a linha de chegada está logo ali.

É maravilhoso que o nosso tempo seja contado assim em fatias, meses, anos. Isso nos permite viver essa sensação de estar completando um ciclo. E renova nossas energias para viver o próximo ciclo que se aproxima.

Você sabia que a virada do ano é o único evento anual que não está associado a nenhum evento da natureza? Mudanças de estação, páscoa, carnaval, todos eles estão relacionados a um evento natural. Mas o réveillon é uma invenção social. Fica combinado assim, dia 31 de dezembro o ano acaba, dia 1° de janeiro o ano começa.

E graças a isso, vivemos essa sensação de ciclo completado. Pode até parecer que estamos andando em círculos, vivendo todos os anos as mesmas coisas, mas não é bem assim. O tempo segue uma espiral ascendente. Passamos por aquele ponto, só que uma oitava acima.

Se você vive dezembro como passou rápido, ou como está acabando, tanto faz. Apenas não desperdice a oportunidade de aprender com o que você vive. Aproveite todas as possibilidades.


E respire, vem aí uma nova chance.

domingo, 29 de novembro de 2015

Restauração

Érima de Andrade

Ser terapeuta ocupacional não foi minha primeira opção profissional.
Eu comecei sendo paisagista. E desde sempre o cuidado com o meio ambiente me interessa.

Num curso de autoconhecimento que fiz em São Paulo, conheci João, um empresário muito bem sucedido, que me afetou profunda e positivamente.

Quando o conheci, ele já tinha os filhos criados, começando a assumir os negócios da família.
João delegou funções, mas continua o chefão da empresa, só que agora com mais tempo livre para se dedicar ao seu passatempo preferido: restaurar terrenos.

Ele compra terrenos degradados e cuida deles, ou seja, restaura com um conjunto de ações que buscam estimular os processos naturais.

A ecologia da restauração é o campo científico que trata, na prática, da recuperação ambiental, tornando possíveis as condições originais da flora, fauna, solo e clima.
A restauração propicia ao homem conduzir esses processos e João ama fazer parte disso.

João começa pesquisando o terreno atrás de minas d’água, paralelo a isso faz um estudo da área para saber quais espécies existiam no local.
Ele sabe que antes que haja uma comunidade com plantas, animais e microrganismos, é necessário que haja um solo apropriado.

Uma vez descoberto as nascentes, ou olho d’água, ou mina d’água, ou fio d’água, ou cabeceira, ou fonte, cada lugar chama o aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol subterrâneo, de um nome, ele as protege.

Primeiro ele providencia a limpeza da área do olho d’água, tirando pedras, tijolos, folhas e toda lama até que se encontre solo firme, onde a água brota limpa e com força. Em seguida, faz uma mureta.

Se o entorno da nascente estiver ocupado com pasto e poucos arbustos, além de cercar a nascente ele planta algumas árvores, escolhendo bem as espécies, a quantidade e a distribuição. Sempre com espécies nativas. As árvores irão atrair pássaros e outros animais que trarão novas sementes que irão reflorestar a área aos poucos, além de aumentar a infiltração da água da chuva no solo e segurar a terra arrastada pela enxurrada, impedindo o soterramento da nascente.

É claro que o João não fica esperando o reflorestamento feito pelos pássaros, ele planta, e bastante. Toma cuidado para alternar plantas pioneiras, que crescem mais rápido, com plantas clímax, que crescem mais devagar, porém vivem mais. É um passatempo para vários anos. Ele cuida até ter conseguido devolver o ecossistema no ponto em que ele seja resiliente, ou seja, tenha a capacidade de se sustentar. E aí, sai em busca de um novo terreno.

Me emocionei tanto quando ele me contou tudo isso. Não tem nenhuma intenção de explorar comercialmente o terreno que restaura, o prazer dele é ver a natureza de volta em sua plenitude. João, até hoje você me emociona.

Fico pensando se não é mais ou menos esse o caminho que fazemos num trabalho de psicoterapia. A pessoa chega e primeiro confirmamos que tem um solo apropriado, ou seja, que está aberta a mudanças, a descobertas das virtudes que não estão sendo praticadas e dos defeitos que precisam ser corrigidos.

Depois buscamos as fontes. Somos amor em essência, então também é preciso descobrir e preservar a fonte de amor próprio, e a partir daí cuidar de todo o ambiente emocional.

Sabemos que nem a maldade, nem o erro, são estados permanentes dos homens, eles se devem a uma imperfeição momentânea. Então no processo de restauração desse ser, podemos contribuir alimentando positivamente os seus aspectos físico, intelectual, emocional e espiritual, tornando possível a restauração das condições originais.

Não precisamos ficar olhando o processo acontecer, podemos ajudar no reflorestamento emocional focando no positivo, plantando respeito, alegria, paz, comprometimento, sucesso, pertencimento, plenitude, esperança, autoconfiança, liberdade, amor, admiração, entusiasmo, expectativas positivas, otimismo, contentamento, realização, e todas as outras qualidades nativas.

Ser positivo é assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e decisões, é encarar as falhas como aprendizados, é aceitar os obstáculos como necessários, é abraçar o novo sempre que o antigo não mais parecer satisfatório. Ser positivo não significa ver a vida com um óculos cor de rosa, mas sim olhar honestamente para o que está acontecendo no momento presente e agir de acordo. Agir com positividade alimenta, em nós, a esperança, a convicção de que aquilo que desejamos é possível, ainda que tudo indique o contrário. E uma vez vivendo com positividade a resiliência e a felicidade aparecem.

Pessoas felizes têm hábitos que melhoram suas vidas e se comportam de maneira diferente. Sabem que sua realidade está sempre em suas mãos. Depende só delas pensar, sentir, acreditar nas melhores possibilidades da sua mente, acreditar na sua melhor versão.

Restauração completada e a pessoa tem tudo para seguir em frente, segura e feliz, confiante na sua capacidade de se auto restaurar. Nossa, como é bom dar alta!

Sim, restauramos seres da mesma maneira que João restaura terrenos.

Tem trabalho melhor?

domingo, 22 de novembro de 2015

Você faz parte do problema

Érima de Andrade

É interessante conversar com pessoas que acreditam realmente que são o centro do mundo.
Elas têm certeza que tudo que acontece de ruim não tem nada a ver com elas. E nem precisa ir longe, pensar em problemas em outras cidades ou países. São tão egoístas que não se dão conta de como contribuem para os problemas que acontecem ao seu redor.

Mas se queixam, e muito.

Afinal como centro do mundo elas não deviam estar passando por isso...

Você, ou alguém que você conheça, já chegou em algum lugar reclamando do trânsito? Já viveu alguma situação em que falou algo parecido com “o trânsito está péssimo! Levei o triplo de tempo para chegar aqui.”?

Então... nessa ocasião você foi dirigindo? Se sim, percebe que você contribuiu para o engarrafamento? Sim, seu carro foi mais um. E o seu também foi responsável pelo excesso de carros na rua e, por conseguinte, ajudou no engarrafamento. Simples assim.

Ah claro, os donos do mundo acreditam que todos os outros carros deveriam dar passagem ao seu. Cabe ao mundo abrir espaço sempre que eles forem passar...

Mas se não é o seu caso, se você apenas não havia prestado atenção na sua parte nessa história, que tal pensar em alternativas aos trajetos que você faz habitualmente, como carona solidária ou transporte público? Fazer sua parte na solução de um problema coletivo, esse é o caminho.

E as pessoas que jogam lixo na rua? Já percebeu quantos panfletos tem no chão perto de alguém que entrega panfletos? Peguei, li, não me interessei, joguei no chão. Já tinham tantos mesmo... E assim, de folhinha em folhinha os bueiros entopem, e quando chove, tudo alaga. E os donos do mundo reclamam que não podem sair de casa...

Tudo bem, nem sempre tem lixeira por perto, mas será que custa muito guardar o seu lixo e descartá-lo só em casa? Pense um pouco no assunto...

Já se deu conta que da perspectiva do planeta não existe o lado de fora? O "fora" não existe, pois estamos todos “dentro” da Terra e daqui não podemos sair. Não tem ainda como mudar de planeta, então é desse que temos que cuidar. Também que feio, mudar deixando a natureza destruída, e o planeta inviável... não né? Vamos fazer a nossa parte.

Os donos do mundo tem certeza que o planeta é uma grande lata de lixo, onde tudo pode ser descartado... Será mesmo?

Vamos pensar: o lixo que você joga “fora” só fica mais longe de você, ou não, mas continua no planeta. Nossos resíduos não desaparecem dentro do caminhão do lixo. Na realidade o lixo desaparece apenas de nossas vistas. Ele continua presente, num lixão, testemunhando como nós a passagem do tempo. E em alguns casos vão ficar por um período de tempo muito mais longo do que a duração de nossa vida.

E de pouco em pouco tornamos a vida inviável naquele pedaço de chão. Mudamos para outro pedaço, e de novo acabamos com ele, essa história vai dar onde mesmo?

Por isso é tão importante cuidar do lixo, reciclar, reutilizar. Desse modo protegeremos a nossa terra, nossos rios e mares, nosso planeta, nossa casa. Pensar na Terra como nossa casa é apenas uma questão de escala. Não há muitas diferenças entre nosso lar e o planeta, além do tamanho. O terreno onde construímos nossa casa é limitado. O planeta Terra, único lugar conhecido onde nossa espécie tem condições de sobreviver, também é limitado. Por que cuidamos tão bem da nossa casa e tão mal do nosso planeta?

E se deu aquela chuva que alagou tudo por conta de bueiros entupidos? Depois da chuva você dá uma checada na sua casa, no seu quintal, no seu jardim, na sua rua para ver se tem água parada? Se você não faz essa inspeção regularmente você também faz parte do grupo que não combate a proliferação do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya. E quem sabe que outros insetos proliferam na água parada da sua área...

Tem que ficar atento aos lugares que acumulam água parada, pratinhos, tampinhas, garrafas, pneus, folhas e o pote de água do seu animalzinho. Sim, pois se o seu bichinho de estimação não é um peixe, o pote de água dele é um possível foco de mosquitos. Fique atento a isso também.

Você é o resultado de suas atitudes atuais e de todas as atitudes do seu passado. E tudo que você faz tem consequências. Aquele lixinho que você deixou na praia, pura preguiça de procurar um lugar adequado para o descarte, contribui para a verdadeira matança de tartarugas, peixes, aves. Muito triste perceber que um animal morreu por que não foi capaz de digerir o plástico que engoliu pensando que era comida...

Se você berra por silêncio você contribui com o barulho. Se você esquece a torneira aberta você contribui com a falta d’água. Se você não consome todo alimento que você comprou você contribui com o desperdício. É simples assim, você, que mora nesse planeta, mesmo que não tenha consciência, você faz parte dos problemas.

O lado bom é que você também pode fazer parte das soluções. Pequenos movimentos mudam grandes rotas, então que tal sair dessa política do eu ganho você perde e começar a vivenciar o fazer junto onde todos ganham?

Busque um trabalho que contribua com o bem estar geral. Trabalho não tem nada a ver com esforço, poder, submissão. A proposta é de cooperação, cuidado, amor, e por que não, diversão. O trabalho que você realiza no mundo também é uma prática na qual você pode servir ao propósito maior. Onde aí na sua cidade, você pode usar os seus talentos em prol de uma vida com mais qualidade?

Tenho certeza que dai mesmo onde você está você pode descobrir uma maneira de tornar o mundo melhor. Se eu melhoro, o mundo melhora. Se eu estudo, o mundo fica mais sábio. Se eu cuido dos animais, das plantas, o mundo preserva mais a natureza. Por que é assim, o que eu faço de bom, aqui no meu cantinho, contribui para um mundo melhor, na medida que eu também faço parte desse mundo.

Vamos colaborar?

Que nessa sua caminhada você possa estar pleno, feliz e bem acompanhado.


domingo, 15 de novembro de 2015

O Amor

Érima de Andrade

“O amor pode e deve ser ativado toda vez que a razão se perde.” Yolanda Borelli Castello Branco

“Não existe dificuldade que amor bastante não possa conquistar, nem enfermidade que bastante amor não possa curar.
Não há porta que não se abra com bastante amor, nem brecha que com bastante amor não possa fechar, nem muro que com amor bastante não se possa destruir, nem pecado que com bastante amor não se logre redimir.
Não importa quão profundas raízes tenha o problema, nem o desespero das perspectivas, nem o turvo do conflito, nem a monstruosidade do erro cometido.
Com bastante amor tudo se dissolverá, pois se você pudesse apenas amar o suficiente, você seria o ser mais feliz e mais poderoso do mundo.” Emmet Fox

Não preciso dizer mais nada. Amemo-nos!

Recebi isso hoje, segunda, depois de postar esse texto, mas sempre vale a pena compartilhar:

“A sua felicidade é de grande valia para a elevação da vibração do planeta e para a resolução da crise planetária. E a felicidade está intimamente relacionada com a manifestação da consciência amorosa. Por isso trabalhe para manifestar essa consciência no seu mundo, no seu universo de relações. Esse é o seu desafio.” Sri Prem Baba

domingo, 8 de novembro de 2015

Inclusão social

Érima de Andrade

Essa semana assisti uma palestra sobre inclusão social feita pela Tereza Cristina Vaz Coutinho. Ela começou nos contando, que aos 11, 12 anos, ela se ofereceu como voluntária para ajudar uma criança portadora de necessidades especiais.

 

Nessa experiência ela descobriu a missão da sua vida, e nunca mais deixou de trabalhar com esse público. Foi de voluntária, para aluna, para professora, para diretora e finalmente para dona de escola.

 

Contou as dificuldades de abrir e manter uma escola, e de como todo mundo tinha que fazer tudo. Numa ocasião, estava lavando a frente da escola e uma mãe, bastante desmotivada, parou na grade e perguntou se aquela escola aceitava crianças com down.

 

Teresa parou a limpeza, abriu o portão e se apresentou. A mãe explicou que já havia andado por toda Niterói e que não tinha conseguido vaga para seu filho com síndrome de down. A mãe tornou a perguntar:

 

- Você aceita down na sua escola?

- Eu não aceito, eu trabalho com ele – foi a resposta da Teresa.

 

Ela então fez questão de explicar a diferença entre aceitar e incluir alunos portadores de necessidades especiais. Aceitar significa apenas cumprir a lei e receber essa criança na escola. Incluir significa que o aluno vai participar de tudo, aulas, passeios, jogos. Mais que isso, o aluno será assistido em todas as suas necessidades.

 

E pode ser que ele nem ao menos consiga se alfabetizar. E tudo bem. Ele ganha com a convivência e os outros alunos ganham tolerância, aceitação e informação para lidar com qualquer diferença. Não é essa a verdadeira vocação da educação? Aprender a lidar com as diferenças sejam elas de forma, capacidade, cor, ideologia, ou qualquer outra maneira de estar no mundo?

 

Teresa nos contou que sente orgulho de ter contribuído com a formação de pessoas mais sensíveis as dificuldades dos outros. É mesmo um lindo trabalho.


Confesso que nunca parei para pensar na diferença entre aceitar e incluir. Até achava maravilhoso qualquer lugar que aceitasse. Mas fiquei sabendo na palestra, que existem lugares que essas pessoas são aceitas, e não se faz nada com elas. E como, os muito comprometidos não tem como contar como foi o dia na escola, os pais só percebem que alguma coisa não vai bem quando a criança perde a motivação, fica triste indo para a escola, não quer nem mesmo se arrumar para sair.


Mais do que aceitar é preciso incluir. Será que incluímos nos trabalhos em equipe? Será que incluímos quando estamos em família? Será que incluímos todos que convidamos para nossa casa?

Fim de ano chegando, encontros sendo programados, festas, comemorações. Acho que é um bom momento para você ter claro se nessas situações você aceita ou inclui.

Que possamos todos ser mais tolerantes.

domingo, 1 de novembro de 2015

Conhecendo o ser humano

Érima de Andrade

Não conheci Bob Hoffman pessoalmente, mas sou profundamente grata a ele por tudo que me ensinou. Costumo dizer que compreendo o ser humano pelo olhar de Bob Hoffman. É dele essa frase que me norteia até hoje:

“Ao viver bem com as pessoas, afora amá-las, lembre-se de que elas precisam:
- privacidade;
- espaço para serem criativos;
- permissão para errar;
- aceitação pelo que são e pelo que não são."

Me amar fez toda a diferença na minha vida: amar a si mesmo é um requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a felicidade.

Para se amar é preciso se conhecer. Se conhecendo e se aceitando, você alimenta seu amor próprio. Preenchido de amor, você pode dar amor, e aí, amar os outros fica simples. 

E nem por isso fácil. 

Mas pode ser treinado.
  
Treine olhar o outro lembrando que ele também tem emoções, intelecto, espírito e corpo. Como ensinou Bob Hoffman, lembre que o outro também é uma quadrinidadeLembre, que como você, aquele corpo também expressa a programação negativa da infância e a sabedoria do ser espiritual. 

Coloque seu ser espiritual no comando da sua vida e perceba como fica mais fácil reconhecer que aquela negatividade, afinal, é só programação. Trabalhando a sua programação, o amor brota, aumenta e transborda. Amar o outro depois disso, é quase inevitável.

E eu? Eu estou oferecendo isso tudo as pessoas que convivem comigo? Eu permito a elas privacidade? Eu espero a perfeição? Eu dou espaço para as novidades? Eu quero que se encaixem na imagem que eu construí de cada uma delas? 

As vezes sim... eu também não dei a elas incondicionalmente tudo o que eu considero importante para vivenciar a felicidade... 

Mas essa frase sempre me ajuda a pensar e mudar. Obrigada Bob Hoffman! Vamos pensar juntos:

Privacidade: privacidade nada mais é que respeitar o espaço pessoal. Você pode viver numa comunidade alternativa, morar numa casa sem divisões internas, e ainda assim, manter seu espaço pessoal e respeitar o dos outros. 

Privacidade é respeitar os ciclos e ritmos, a necessidade de recolhimento e de festa, as lembranças e os objetos significativos de cada um.

Todo mundo tem um objeto, ou uma imagem que o faz conectar com emoções e lembranças muito positivas. Privacidade também é respeitar esses momentos de reconexão.

Espaço para serem criativos: o novo nos tira da zona de conforto, e por hábito, acabamos nos automatizando, perdendo a criatividade. E se eu não me dou espaço para ser criativo, também não autorizo quem convive comigo a tentar novas soluções. 

Então se pergunte: o que eu posso fazer diferente hoje? E não precisa ser nada muito exótico, do tipo ir trabalhar com uma calça florida e uma camisa xadrez ao invés do mesmo terno de sempre... Pode ser sentar num lugar a mesa diferente do que você senta sempre durante as refeições; ou trocar o relógio de braço; ou ainda fazer um percurso alternativo para voltar para casa. Sua criatividade, seus neurônios, sua vida ganham com essas mudanças.

Permissão para errar: alô perfeccionistas, essa informação é para vocês: erro é aprendizagem. Só é possível melhorar reconhecendo seus erros, aprendendo com eles, consertando o que fez de errado e seguindo em frente.

E já lhe ocorreu que o que você considera errado, às vezes, é apenas uma maneira diferente da sua de fazer a mesma coisa?

Passei a me observar, a pensar antes de agir, a me perguntar antes de qualquer coisa, está errado mesmo ou é apenas uma nova maneira de fazer, diferente do que eu faria?

Aceitação pelo que são e pelo que não são: gosto de usar frutas para falar dessa parte: 
mais do que se aceitar maçã é preciso também aceitar que você não é manga. A melhor maçã que você puder ser, não vai lhe deixar nem um milímetro mais perto de se transformar em manga. Você, sem duvidas, é mais perfeito sendo maçã do que tentando ser manga. Valorize o que você tem de bom, e aproveite a diversidade.

Aí pensei nos meus filhos. Eu os estou educando lembrando que são únicos e especiais?

Claro que não.

Como podem se expor ao mundo com coragem e confiança seu eu não deixava espaço para tentarem fazer de uma outra maneira?

Como descobrir defeitos e qualidades se eu esperava que acertassem sempre? 

Como saber quem são se eu esperava que os dois reagissem iguais, ignorando qualidades e talentos, focada unicamente na “boa educação”?

Descobri que sim, eu e meus filhos somos muito parecidos, mas não somos iguais. E tem coisas que eu gosto e eles não. Tem coisas que um deles gosta e o outro detesta, e não tem nada a ver comigo.

Inventam coisas que jamais passaria pela minha cabeça, e é maravilhoso.

Privacidade é um espaço sagrado. Deixar que tenham o espaço deles não significa abandoná-los a própria sorte, virar as costas e não se importar. Ao contrário, é por amor e respeito que o espaço deles está preservado.

E assim, amando, dando privacidade, espaço para serem criativos, permissão para errar, 
aceitação pelo que são e pelo que não são, que vamos construindo uma linda história de amor, auto-estima, respeito e convivência.

Como tudo isso teria sido útil na construção do meu amor próprio... mas não foi assim. 
E se não posso mudar meu passado, posso mudar meu presente e fazer um futuro melhor. E se eu posso, você também pode. Vamos?

A transformação é sempre pessoal, então: para viver bem consigo mesmo, além de se amar, 
lembre-se de que você precisa de privacidade; espaço para ser criativo; permissão para errar e aceitação pelo que é e pelo que não é.


Que todos nós possamos aprender uns com os outros.