quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Seu Corpo

Érima de Andrade

O tema hoje é o seu corpo, a morada divina de um milagre. Um milagre mesmo. Você já observou quantos milagres ocorrem todos os dias no seu corpo e você não dá a mínima importância? Geralmente não observamos o milagre das pequenas coisas que ocorrem todos os dias na nossa vida, respirar, digerir, sentir, etc. Por isso, hoje, falaremos do corpo.

Como você o trata?
Você é do tipo que leva o corpo junto quando vai a algum lugar?
Você lembra que você é seu corpo também?
Você já pensou que seu corpo revela por meio de seu desenho e da sua postura, toda a sua história?

Ele é seu desde seu nascimento, é um armazém de emoções e crenças. É através dele que você manifesta suas visões do mundo, seus sentimentos e emoções, a sua presença de espírito e suas ações. Seu corpo é você, ele faz parte da sua vida, é sua responsabilidade.

Eu sei que seu corpo e você viveram muitas experiências maravilhosas ao longo da sua vida. Vocês passaram por encontros emocionantes, viveram situações inesquecíveis.

Às vezes, seu corpo envolvia-se, com seu consentimento, em relações sexuais, esportes, relaxamentos, atividades que davam muito prazer, e de quebra, liberavam tensões.

Nestes momentos, seu corpo e você tornavam-se grandes amigos, não é?

Outras vezes, você abusou do seu corpo. Esquecia de se alimentar, não descansava, não se exercitava, não cuidava dele de jeito nenhum. No entanto, nestes momentos, você estava convencido de estar envolvido em questões mais relevantes; seu corpo poderia aguardar.

Durante momentos de lesão e doença, você fica zangado e impaciente com seu corpo? Fica aborrecido pelo fato de ter adoecido e de, portanto, prejudicar temporariamente sua vida?
Fica também impaciente com ele por não se curar com rapidez suficiente, ou pelo menos com a rapidez que você gostaria que tivesse?

E os remédios que toma por conta própria?

Não sei se seu corpo aprova tais químicas... mas isso não vem ao caso, desde que aparentemente funcione, e que seu corpo em breve esteja novo em folha mais uma vez.

Durante a sua vida acadêmica, seu corpo precisou ficar pacientemente sentado enquanto você era ensinado. Se esse ensino não incluía seu corpo ele tinha que ficar esperando até que a aula acabasse. E ele ficava. Seu corpo andava com você, sentava com você, dormia com você, estava com você por toda parte. Ele tem colaborado há muito tempo, para o seu sucesso em qualquer atividade.
Já tinha pensado nisso?
No quanto o seu corpo tem colaborado com você ao longo de toda a sua vida?

Reconheça a importância do seu corpo. Converse carinhosamente com ele. Agradeça a todos os seus órgãos o esforço e o trabalho que eles tem feito a seu favor por todos esses anos. Desculpe-se por não ter dado a eles a devida atenção e cuidado. 

E ao reconhecer a grandeza do seu corpo, e a delícia de estar vivo, abra-se para essa doce compreensão: eu sou o meu corpo também.

E se eu sou o meu corpo, quem é responsável por minha saúde e bem-estar?

Pense nisso e se cuide.

domingo, 27 de outubro de 2013

Relação terapêutica

Érima de Andrade

É a presença afetuosa, atenta e disponível do terapeuta ocupacional, que pode promover um clima de confiança tal que conduza o doente à manifestação plástica de seus conteúdos internos”. Lisete Ribeiro Vaz

Basta que um paciente perceba que, por diversas vezes, o fato de pintar um quadro o liberta de um estado psíquico deplorável, para que ele lance mão deste recurso cada vez que seu estado piora. O valor desta descoberta é inestimável, pois é o primeiro passo para a independência, a passagem para o estado psicológico adulto”. C.G.Jung

Quando falamos de nós (ou dos outros) em análise, quando colocamos a palavra em funcionamento, descobrimos sempre mais do que pensávamos saber. É através desse poderoso instrumento - a palavra falada - que conseguimos nos ouvir, nos distanciar um pouco de nós mesmos, e perceber as "outras cenas" nas quais estamos implicados, sem saber. Falar de si para um outro atento, presente, capaz de sustentar a emergência do que ainda não foi reconhecido, libera diversas formas de percebermos a nós mesmos. Ao falar, nos defrontamos não apenas com o que não sabemos, mas, sobretudo, com o que já está ali, à tona, e não foi, ainda, nomeado por ninguém. Falar é tomar distância de si para poder ver a si mesmo.” Evelin Pestana

Mas os anjos não são deuses. Eles não podem tudo (...) Os anjos não podem mudar a face do planeta nem dirigir o curso do mundo. No máximo podem tornar mais leve o fardo de uma ou outra vida, de um ou outro momento de uma vida ou outra. Um pouco como um terapeuta: essa disponibilidade para ouvir, para tocar, essa presença discreta que pode às vezes suscitar um novo começo – mas também essa impotência para determinar, para resolver, para viver no lugar de.” Peter Pál Pelbart




quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Indo para dentro

"Chega um momento em que o caminho é dentro. E é preciso ter disposição de fazer esse movimento para dentro com a mesma vontade que você se moveu para fora e conquistou tantas coisas. Há que se ter disposição para se sentar com os olhos fechados pelo menos por alguns minutos durante o seu dia. Fechar os olhos para se desligar do mundo externo. Os olhos são as janelas da mente. Por isso, você fecha os olhos para se desligar da sociedade e do outro a quem você tão desesperadamente quer agradar. Há que se ter essa disposição de ficar consigo mesmo.”
Sri Prem Baba

domingo, 20 de outubro de 2013

Gratidão e Amor

Érima de Andrade

Eu tenho dito que a gratidão, quando verdadeira (quando floresce da alma), abre os portais do eterno. A gratidão só floresce de forma autêntica quando, em algum grau, você pode se libertar das mazelas do passado. A gratidão é uma consequência do perdão. Estando com a visão encoberta pelo véu da ilusão, identificado com os choques do passado, o seu coração permanece cheio de mágoas e ressentimentos, e você não pode perdoar, nem agradecer.” Sri Prem Baba

Após vinte dias semeando apreciação, flores começam a aparecer. Em mim, uma grande clareza de propósito se faz presente: eu sinto meu caminho com mais nitidez, meus pés estão mais ágeis, sentem o chão onde piso de forma mais apurada, meus passos são mais firmes... tudo isso por ter feito a escolha consciente de direcionar meu olhar para o que me nutre e de amar imensamente tudo o que vem até mim, tudo o que sou.”Bárbara Petri

Há o pensamento, e então a consciência sobre o pensamento. E a diferença entre estar consciente do pensamento e apenas pensar é imensa. É enorme … Normalmente ficamos tão identificados com nossos pensamentos e emoções, que somos eles. Somos a felicidade, somos a raiva, somos o medo. Precisamos aprender a dar um passo para trás e saber que nossos pensamentos e emoções são apenas pensamentos e emoções. Eles são apenas estados mentais. Não são sólidos, são transparentes.” Tenzin Palmo

Você não pode mudar o passado, mas pode ressignificá-lo. O que chamamos de cura é um estado de compreensão. Você compreende porque as coisas aconteceram da forma que aconteceram. Quando você é iluminado pela sagrada compreensão, o seu coração transborda de perdão e gratidão, então você se liberta daquela pendência. É isso que chamamos de cura.”Sri Prem Baba

"Mas antes há que se abrir para o Amor. Sem a abertura do canal amoroso, sem a flor que se entrega ao sol, sem a fonte que transborda, sem êxtase individual, não existe verdadeiro Amor." Z.Camaris

A surpresa daquilo que você deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos.” Ítalo Calvino

Temos que estar sempre no comando, mas sem querer manipular os resultados, na certeza de que tudo já está dando certo, mesmo que inicialmente pareça o contrário. “ Regina Restelli

A preocupação, o stress, a tensão, a ansiedade, todas as formas de medo são causadas por excesso de futuro e pouco presente. O ressentimento, a tristeza, a culpa, a injustiça, o arrependimento e a amargura, assim como as formas de incapacidade de perdão, tem como causa o excesso de passado e falta de presente.” Márcia Alves

"Relaxe parte por parte do corpo , suspire, expire mais longo algumas vezes . Isso faz com que adrenalina e cortisol (substancias que geram estresse) baixem , e serotonina e endorfina (substancias da felicidade , do bem estar) subam ."Maria de Fátima Cardoso

Esse exercício não é difícil. Em apenas alguns minutos você perceberá os frutos da meditação. Inspirar e expirar são atividades importantes e agradáveis. Nossa respiração é o elo entre nosso corpo e nossa mente. Às vezes pode ocorrer que nossa mente esteja ocupada com uma coisa e nosso corpo com outra; com isso a mente e o corpo estejam desunidos. Quando nos concentramos em nossa respiração, "Inspirando" e "Expirando", reunimos novamente a mente e o corpo, tornando-nos inteiros de novo. A respiração consciente é uma ponte de grande importância. Para mim, a respiração é uma alegria imperdível.Thich Nhat Hanh

Hoje preciso falar de gratidão e amor. Agradecer faz com que um espaço dentro de você se abra para que o merecimento instale aquilo que é Seu e que você está recebendo. Agradeça... agradeça... agradeça! Receber está diretamente ligado ao agradecer. Agradeça antes, durante e depois e expresse o seu amor sempre. É o que estou fazendo neste espaço e você que está lendo, comece agradecendo aos seus e me acompanhe nessa corrente. Gratidão e amor... amor e gratidão!!!” Heloisa Capelas

Bom domingo!!!!!



domingo, 13 de outubro de 2013

Como transformar um comportamento negativo

Érima de Andrade

São quatro passos para transformar comportamento negativo em positivo: 1° - consciência - do que você sente; 2°- expressão - como você expressa o que você sente; 3°- perdão – perdoar com quem e como você aprendeu a ser quem é; 4°- o comportamento positivo.

Como eu faço para transformar meu comportamento em positivo?

Você pode reciclar, isto é, você pode transformar o velho comportamento num novo. E transformar não só para o oposto, mas também para algo diferente.

Ao reciclar comportamento, você transforma aquilo que você já usou, que pode ter sido muito útil na sua vida, mas que agora não serve mais. E pode fazer isso em qualquer fase da vida.

De acordo com a neurociência, o cérebro humano tem capacidade ilimitada de absorver novos aprendizados. Por isso não existe idade ou tempo para iniciar as transformações pessoais a que você se propõe.

Por exemplo, pode ser que agora você não queira mais ser agressivo com as pessoas. Talvez você seja do tipo “bateu-levou”, ou “não levo desaforo para casa”, ou “pode vir quente que eu estou fervendo.” Esses comportamentos podem ter sido úteis para você. Talvez na escola. Talvez isso tenha lhe livrado de problemas. Mas e hoje? Para que serve esse comportamento?

E se esse comportamento estiver compulsivo e automático? Quando você vê, já agrediu... Isso é só um exemplo de um comportamento que pode ser que você não queira mais.

Importante: nenhum comportamento desaparece. Então relaxa, você não vai deixar de ser quem você é. Reciclar só vai fazer com que você deixe de ter comportamentos compulsivos e automáticos. Se interessar, em alguma ocasião, você usa. Você sabe usar, e reciclando você pode escolher usar o comportamento em vez de ser usado por ele.

A agressividade é útil? É claro que é. Com ela você dá limites, marca seu território, muda de direção, persegue seus objetivos. Então vão surgir ocasiões em que você vai querer usar a energia da agressividade, e está tudo bem. Mas agredir o tempo todo, companheiro, funcionários, colegas de trabalho, só serve para atrair para sua vida desamor e confusão. Você fica frustrado, chateado e solitário.

Quer saber qual o comportamento que é negativo? É aquele que gera solidão, que faz você se afastar das pessoas. Esse é o comportamento que você precisa reciclar.

Como faz? Para no meio do caminho. Com o autoconhecimento você se observa, descobre seu comportamento negativo, e quando ele começar, pare no meio do caminho. Ou se não conseguiu, e foi até o fim, pede desculpa. Essa mudança de atitude mostra para o cérebro, que aquele caminho que ele estava seguindo não é útil.

Diga:“eu não queria ter falado isso. Vamos começar de novo?” E experimenta um novo caminho. E assim seu cérebro vai aprendendo novas possibilidades.

Você pode parar no meio de um grito se você quiser, e começar de novo, tentar uma alternativa. Pare, respire, e vá por um outro caminho. Isso dá uma outra informação neurológica para você, e aquele caminho compulsivo e automático começa a ser modificado.

Lembre-se ao respirar que soltar o ar é o mais importante da respiração. Não bufe. Solte o ar lenta e profundamente.

Você sabia que quando você solta o ar 80% das toxinas são expelidas pela respiração?

Aprender a respirar,” ensina Heloisa Capelas, “serve para duas coisas: você muda um comportamento e você coloca suas toxinas para fora.”

Reciclar depende de paciência – você não vai acertar logo de cara; persistência – respira, respira, respira, experimenta, faz diferente; e prática – pratique todos os dias. 

Tente, no mínimo fazer três respirações profundas todos os dias. Isso vai fazer muita diferença na sua vida.

O caminho da sua mudança é consciência, disciplina, gratidão e amor próprio. Mas para mudar você precisa de paciência, persistência e prática.

Agradeça tudo que você tem. Agradecer faz com que um espaço dentro de você se abra e que o amor próprio se instale.

E se quiser saber um pouco mais sobre essa reciclagem, recomendo o curso, gratuito e online, de autoconhecimento - www.cursodeautoconhecimento.com.br/


Vamos praticar?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Gripe e Resfriado

Érima de Andrade

No excelente
Atchiiim!, livro da Sonia Hirsch, ela explica que resfriado é uma indisposição úmida que pega principalmente o nariz, mas pode incluir garganta, brônquios, pulmões, olhos, ouvidos e sinus.

E continua: “o nariz escorre porque as mucosas do trato respiratório ficam úmidas demais, e a saída mais natural para escoar essa umidade é a protuberância nasal, que tem a vantagem de poder ser assoada (já pensou em assoar os olhos? ou as orelhas?). Também é pelo nariz que saem os espirros, com uma ativa participação da boca e da garganta.

Só o fato de não sentir cheiro e gosto já mostra o quanto a vítima está prejudicada: dois entre os cinco sentidos não funcionam. Vai ver, os olhos ainda lacrimejam e os ouvidos parecem que vão entupir. Fora isso pode haver sensação de frio ou calor, dor de garganta muito leve, estado febril passageiro.

Resfriado dá mal-estar, mas não dá febre, e é muito mais fácil de tratar do que a gripe, se a vítima agir rapidamente. Bendito o organismo que dá sinais quando fica sobrecarregado.”

Gripe, Sonia Hirsh explica: é um resfriado gigante, geralmente por acúmulo de mais toxinas e muco, daí ter mais sintomas de mal-estar: dor de cabeça, de garganta, dores no corpo, febre, tosse, catarro, sinusite. Resfriado é violino, gripe é contrabaixo.”

No livro, A Doença como Caminho, os autores explicam que os resfriados são expressões da elaboração de conflitos.

O resfriado sempre aflige a pessoa quando ela enfrenta situações críticas, quando se “sente entupida até o nariz” ou “está a ponto de sufocar” com algo (...) com situações frequentes de excesso de tensão, corriqueiras, mas importantes para a nossa psique; nossos desejos de fuga devido ao cansaço se manifestam pela necessidade de repouso, que assim tem uma justificativa legítima.”

Tentamos expelir grande parte desses problemas em forma de muco. Quanto mais nos livramos deles, tanto mais aliviados nos sentimos.”

É por isso que todo resfriado termina pondo algo em ordem e esse é um sinal de progresso em nosso desenvolvimento. Portanto, a medicina natural tem razão quando vê no resfriado um processo saudável de purificação através do qual as toxinas são expulsas do corpo; no âmbito psíquico, as toxinas correspondem aos problemas que, analogamente, são liquefeitos e expelidos. Corpo e alma saem fortalecidos da crise, até a próxima vez em que as coisas “ultrapassarem o limite do nariz”...”

Se aconteceu com você, se o seu organismo está sobrecarregado, é hora de se cuidar. Resfriados acontecem porque estamos vivos e o corpo sabe se defender muito melhor do que a gente pensa, mas podemos ajudá-lo.

Descansando você contribui para seu organismo se auto-regular, diminui o gasto de energia, e às vezes isso é o suficiente para que tudo volte ao normal; assoando o nariz, eliminando o muco, pondo tudo para fora, você facilita o processo de cura, mas é importante evitar fungar quando em vez de para fora, você colocaria o muco para dentro, piorando tudo; lavando com mais frequência suas mãos para se livrar dos micróbios que ficam no ambiente; bebendo com frequência água ou chá, isso vai desintoxicando, lavando, mudando o ambiente interno; e prestando atenção às suas sensações térmicas: com frio se aqueça, com calor se mantenha protegido, nada de pegar vento ou friagem.

Massagear o rosto, bem devagar, ajuda a soltar o muco retido, e massagear os pés, dando atenção aos dedinhos, pode se revelar uma ajuda e tanto na sua melhora geral.

Resfriados são um sinal de que precisamos nos cuidar. Permita-se esse cuidado e já já, tudo volta ao normal.

Saúde!


domingo, 6 de outubro de 2013

Envelhecer

Érima de Andrade

José Carlos Ferrigno, psicólogo e especialista em envelhecimento, afirma que “a chave para envelhecer bem é o autoconhecimento”.

Ele acaba de lançar um livro, “Conflito e Cooperação entre Gerações”, sobre o novo perfil da velhice e diz: “O desafio maior é envelhecer em paz, sem a pressão de um ideal.”

Confira abaixo a entrevista que ele deu a Renata Reif, do iG:

iG: Como é a relação entre o idoso e o jovem?
José Carlos Ferrigno: O segredo é entender a fina dialética entre o velho e o novo. Afinal, um depende do outro. A transmissão dos mais velhos aos mais jovens é reelaborada para que os jovens apresentem a novidade. A esperança está sempre na inovação que as gerações vão trazendo. Na Alemanha e na Grã-Bretanha, por exemplo, as gerações trabalham lado a lado, ombro a ombro. O alvo dos programas intergeracionais não é beneficiar as relações em atividade, mas sim a comunidade. É um passo adiante.

iG: O que esses programas têm a nos ensinar?
José Carlos Ferrigno: Eles representam um norte, um ideal a ser perseguido. Não se trata mais de motivar os jovens e velhos a interagirem em atividades culturais. E sim ter o grupo intergeracional, formado e consciente de suas responsabilidades sociais, trabalhando para a comunidade. Eles têm como objetivo o desenvolvimento da amizade e da coeducação entre gerações. Isso significa que uma geração tem muito a ensinar a outras em função de suas experiências.

iG: O que uma geração pode agregar à outra?
José Carlos Ferrigno: O repasse dos mais velhos para os mais jovens tem a ver com a importância da tradição, do conhecimento, de valores éticos. Já dos jovens para os mais velhos tem a ver com novas tecnologias e com uma maior flexibilidade para lidar com questões mais polêmicas, como sexualidade e drogas.

iG: Quais são os maiores desafios da velhice hoje?
José Carlos Ferrigno: O desafio maior é envelhecer em paz, sem se sentir pressionado por um ideal, e ficar menos vulnerável à pressão de consumo. São muitos apelos por um envelhecimento saudável, mas percebe-se forte manipulação na mensagem dirigida aos idosos. Há uma indústria milionária vinculada a atividades físicas, cirurgias plásticas, cosméticos e medicamentos, que impactam fortemente a velhice.

iG: Isso significa que envelhecer bem tem mais a ver com a cabeça do que com o corpo?
José Carlos Ferrigno: A chave é o autoconhecimento e saber o que se quer para a velhice. Os budistas já diziam que não é possível desconsiderar a opinião dos outros, mas é possível minimizá-la e ganhar liberdade. Tem que haver esforço para a pessoa não ficar presa à aparência e necessitada da opinião alheia. Se a pessoa quiser malhar, tudo bem. E se ela quiser uma vida mais tranquila e parada, ela também merece respeito por sua decisão.

iG: São diferentes as velhices no Brasil?
José Carlos Ferrigno: Sim, há um contraste do ponto de vista cultural, econômico e de oportunidades. Além de pressões de ordem material, há os diferentes estilos de vida. A velhice de um trabalhador rural tem a grande vantagem do contato com a natureza mas, por outro lado, este velho pode perder experiências interessantes mais encontráveis em uma região urbana. E vice-versa. Portanto, o melhor lugar para um velho pode ser tanto a paz do interior, como a agitação das grandes cidades.

iG: O que modificou o perfil da velhice?
José Carlos Ferrigno: Principalmente em classes médias e altas, que têm mais acesso ao consumo, há uma nova imagem de velhice. Nota-se uma outra postura, uma vontade maior de participação na sociedade e de experimentar novidades tecnológicas. Os velhos de hoje adotam um estilo de vida que pode aproximá-los dos jovens. Mais recentemente, esses movimentos começam a tornar menos intensa a separação das gerações.

iG: O que é “ficar velho” hoje em dia?
José Carlos Ferrigno: Os velhos e jovens se vestem de modo cada vez mais parecido. A própria internet cria situações em que um jovem pode se passar por um velho ou o contrário. Mas aproximar não significa conviver bem, os desafios se mantêm. O que está em jogo é a qualidade dessa relação, que precisa de boa vontade mútua.

iG: O que os idosos podem cobrar da sociedade?
José Carlos Ferrigno: Há vários problemas e um deles é econômico. A maioria dos idosos depende do INSS e recebe de um a dois salários mínimos, o que dá cerca de R$ 1.000. A complementação do INSS, como a previdência privada ou a poupança, fica restrita à classe média. Há também a questão da saúde. Ainda não existe atendimento digno na saúde deste país. E o atendimento de convênio custa caro e também deixa a desejar.

iG: E que espaço eles, os mais velhos, poderiam ocupar?
José Carlos Ferrigno: A gente tem uma perspectiva de que os velhos podem ter um papel e uma função social que não existia antes. Isso tende a crescer nos próximos anos. É a compreensão de que o envelhecimento não determina incapacidade e incompetência significativas. Também não se pode só dourar a pílula, há uma perda sim. Porém, a velhice não pode ser vista do ponto de vista das limitações, mas de suas potencialidades.

iG: Qual o cenário ideal?
José Carlos Ferrigno: Em vez de enfatizar o diabetes, a insuficiência cardíaca, aquilo que é precário, vamos olhar a funcionalidade do sujeito. Ou seja, não é a visão da doença, e sim da pessoa. A ênfase do papel social do idoso faz com que ele passe a se valorizar, evitando o desespero, aquela sensação de que está chegando no fim da linha. Essa postura da sociedade dá autoconfiança para o idoso superar as dificuldades.

iG: O velho é mais livre hoje em dia?
José Carlos Ferrigno: Com as atividade físicas e culturais, o velho passa a ter mais liberdade e menos tempo para a família. Não é que a avó deixou de gostar dos netos, mas agora ela tem uma agenda e tem que negociar os horários. Não está mais o tempo todo à disposição para ajudar ou ser mão de obra.

iG: Como lidar com idosos mais fragilizados?
José Carlos Ferrigno: Sugiro que os filhos e netos parem para pensar em tudo aquilo que esses velhos fizeram durante a sua vida e que levaram a família a estar onde está. Isso implica no desenvolvimento de empatia e compreensão, inclusive pensando na própria velhice. A questão é perceber a necessidade do outro, dialogar e se interessar pelo outro.

iG: Quais são os conselhos práticos?
José Carlos Ferrigno: O ser humano é o único animal que faz da refeição um momento de confraternização. Mas perdemos o antigo hábito de jantar em família. Hoje tem micro-ondas e cada um tem seu quarto, sua TV. Cada pessoa chega em um horário, esquenta a comida no micro e vai para o quarto. O diálogo diminuiu, por isso as pessoas precisam conversar mais. Os finais de semana podem ser uma oportunidade de a família se re-encontrar. Folhear álbuns de família também pode ser de muito valor para recuperar a história familiar e gerar o enraizamento dos mais jovens. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Para construir uma nova realidade

Érima de Andrade

Na revista Personare, Juliana Garcia reuniu sete boas sugestões para que você possa construir uma nova realidade na sua vida. Eis as dicas:

1 – Desafie-se a ir além;
2 – Abra definitivamente espaço na sua agenda para se cuidar;
3 – Faça registro e acompanhe;
4 – Conte com apoio;
5 – Mude a estação interna;
6 – Crie um novo hábito;
7 – Comece por um ponto e siga avançando;

Elas servem para enfrentar os obstáculos que estão impedindo você de tomar sua vida nas mãos. Que obstáculos são esses? Desde o medo do julgamento, passando pela mania de deixar tudo para depois, chegando na mania de perfeição, entre muitos outros. Mas não importa a desculpa que você usa para se abandonar. Você pode escolher mudar sua vida a qualquer momento, então mãos a obra.

1 – Desafie-se a ir além – Acredite, você pode muito mais do que supõe. Muitas vezes temos claro quais são nossos pontos fracos e que empecilhos e dificuldades nos impede de tomarmos a vida nas mãos. Mas não vemos quais são os nossos méritos, nosso potencial, nem as nossas qualidades. Lembre-se, sempre é possível ir além, buscar o segundo fôlego. É uma escolha deixar que suas crenças criem barreiras ao seu crescimento ou seguir em frente. Decida-se a encarar qualquer barreira que você tenha construído. Se proponha uma nova atitude, um novo caminho, uma nova opção. Enfrente seus medos, ouse sair da sua zona de conforto, mude. Mas vá devagar. Um passo de cada vez. Você não vai mudar de uma hora para outra, é um processo. Consolide e comemore cada vitória alcançada. Que tal colocar uma meta por semana? Essa semana eu... O que você pode fazer para assumir o comando e criar resultados favoráveis para você?

2 – Abra definitivamente espaço na sua agenda para se cuidar – Você que usa a agenda para esquecer de você, está na hora de fazer diferente. Que tal marcar na sua agenda o seu horário de compromisso consigo mesmo? Chega de promessas e de resoluções que não dão em nada. O que você precisa mudar para ter uma vida mais satisfatória? Como anda sua alimentação? Você separa tempo para comer? Você tem cuidado do seu sono? Tem se hidratado? Tem praticado alguma atividade física? O que você precisa mudar para se dar mais tempo? Vá em frente, mude. Pode ser que você comece prestando mais atenção na sua alimentação, ou bebendo mais água durante todo o dia, ou ainda iniciando uma rotina de exercícios físicos. Também vale marcar aquela sessão de acupuntura, ou começar num grupo de meditação. Seja lá o que for, comece. Há quanto tempo você não se diverte? Que tal ir ao cinema, sair com amigos, viajar? Que tal separar um período de tempo para o seu auto-cuidado? Escolha a sua mudança e vá aos poucos abrindo mais espaço para você. Você merece.

3 – Faça registro e acompanhe – Como você se observa? Você tem alguma maneira de registrar de seus sentimentos, objetivos e avanços? Se auto-observar é o primeiro passo para perceber as repetições, as sabotagens, e tudo o que precisa ser mudado em sua vida. Pode ser que você escolha fazer um diário. Ou quem sabe um documento em seu computador? Tanto faz, desde que você use seu registro como um roteiro para seu autoconhecimento e uma maneira de se organizar. O mais importante dessa dica, é que seu registro seja de fácil acesso a qualquer momento, e que você acompanhe, leia, releia, monitore o que for registrando. Uma vez consciente dos seus passos, você pode direcionar a sua caminhada.

4 – Conte com apoio – Ninguém pode caminhar por você. Mas isso não significa que você precisa caminhar sozinho. Crie sua rede de pessoas amigas e companheiras e conte com elas. Se precisar, busque apoio de um profissional para lhe ajudar nos desafios que você está enfrentando. A troca com outras pessoas contribui para ampliar o seu crescimento. Então não se isole. Somos seres sociais, crescemos nos relacionamentos. Faça uma lista breve dos seus principais desafios e busque entre os seus contatos quem pode lhe apoiar. Você pode e merece contar com apoio.

5 – Mude a estação interna - Preste atenção aos seus pensamentos. Decida trocar a estação quando notar que está dando espaço para pensamentos e crenças que não lhe fazem crescer. Não basta dizer que "não quer pensar nisso ou naquilo", é preciso trazer pensamentos e atividades positivas para plantar novas sementes. Busque meditar, escrever para organizar suas ideias, ler boas mensagens, se cercar de coisas positivas. Escolha a mudança.

6 – Crie um novo hábito – Hábitos são comportamentos aprendidos e repetidos tão frequentemente, que nem é mais preciso pensar para executá-lo. Nas tradições orientais, diz-se que um novo hábito precisa de 21 dias ininterruptos de prática para que se torne um hábito natural e entre em nosso cotidiano. Qual hábito novo renovaria as suas energias para seguir com seus objetivos? Escolha e se proponha a colocá-lo em prática durante 21 dias seguidos. Faltou um dia? Comece tudo de novo! Aceite o desafio e veja os resultados.

7 – Comece por um ponto e siga avançando – Não dá para mudar tudo de uma vez. Também não dá para ficar parado. Então escolha e priorize por onde começar. Entre todos os seus objetivos de melhora, qual você decide que será seu pontapé inicial?

Juliana Garcia sugere alguns critérios para sua escolha:
- Qual deles pode lhe trazer mais energia ao ser resolvido?
- Qual deles pode até impulsionar os demais campos da sua vida?
- Qual se envolve com áreas prioritárias em sua existência?
- Qual deles pode abrir campo para as próximas ações?”
Agora é com você! Escolha tomar a sua vida nas mãos e boa jornada.


Hoje me proponho a deixar ir toda a preocupação, todo o medo, toda a insegurança. Imagino cada um desses sentimentos sendo levado dentro de um balão para onde possa ser purificado... Que tudo que me deixa sem fé se dilua no ar, seja levado pelo vento! Hoje acredito no meu ser, acredito na força do amor que carrego no peito e sei que esse amor me guiará pelos caminhos desconhecidos. Abro o meu coração ao novo e agradeço por ser capaz de reconhecer as minhas fraquezas.

Que assim eu seja melhor que o que temo, que assim eu tenha paz para seguir em frente. E assim seja, e assim é porque eu determino!” Márcia Alves