domingo, 21 de abril de 2013

Hábitos

Érima de Andrade

No livro O Poder do Hábito (The Power of Habit), Charles Duhigg reuniu as últimas pesquisas sobre como são criados os hábitos bons e ruins, no mundo dos negócios e também nas vidas pessoais, e as suas consequências.

A boa notícia é que os hábitos podem ser modificados. A má notícia é que não é um processo rápido.

Se você deseja se livrar de um hábito, antes de mais nada tire da cabeça a ideia de que é possível eliminá-lo de imediato. É como andar de bicicleta: ninguém esquece, está enraizado. Por isso, estudos científicos comprovaram que a melhor estratégia é trocar um hábito mau por um bom.” explica Fernanda Tripolli.

"Os hábitos são padrões estáveis de comportamento, resultantes de uma história genética e ambiental. Tanto os bons quanto os ruins são definidos com base em aspectos históricos e culturais”, acrescenta Gabriel Tarragô. “Soma-se a isso o conjunto de experiências que carregamos ao longo da vida e se tornam um referencial para nosso cérebro e ações.”

Charles Duhigg descreve no livro quatro passos para identificar e superar um mau hábito. Ele começa dizendo que o primeiro passo é entender, tanto as nossas necessidades, quanto o que está em jogo.

Para ajudar nisso, ele sugere que você escreva em um papel tudo o que faz e considera ruim.

Identificados os problemas, agora é a vez de criar caminhos alternativos, novas rotinas.

Por exemplo, depois de ver o ponteiro da balança disparar, Charles, que além de autor se tornou cobaia, percebeu a existência de um “ritual”: todas as tardes, ia até a cafeteria do jornal e comia uma biscoito. Seria fome? Não. De acordo com as suas anotações, o que ele queria de fato era um momento para fugir do tédio. Então, em vez de recorrer aos biscoitos e afins, o autor passou o usar o tempo para conversar com colegas de outro andar e socializar longe do computador. Estava criando uma nova rotina.

Lembrando que não é simples assim, e que não será da primeira vez que o hábito irá embora. Toda rotina precisa de repetições para se instalar, e uma vez instalada, será fácil manter. Então não desanime, você consegue.

Explica Gabriel Tarragô “uma das características do comportamento dos organismos - humanos ou não - é sua plasticidade; ou seja, podemos o tempo todo aprender a fazer coisas e ‘desaprendê-las'”.

Completa Gilberto Xavier, “ao longo do tempo, as ações repetidas de forma gradual se tornam automáticas. Mesmo assim, conseguimos voluntariamente inibir essas vontades e criar outras, construir outros circuitos”.

Este é o trunfo contra os maus hábitos: da mesma maneira que adquirimos costumes, podemos substitui-los por outros melhores, se houver tempo e empenho. Trata-se, na verdade, de um treino que mistura boa vontade e persistência. “Quanto mais cedo esse processo for feito, melhor. Por isso, as crianças têm mais facilidade de aprender algo novo, já que a carga de experiência delas é menor”, afirma Gilberto Xavier.

Não existe nenhuma resposta rápida, mas todos nós podemos modificar nossos hábitos, mudar esse ciclo vicioso a nosso favor. Para ajudar, eis aqui os quatro passos sugeridos por Charles Duhigg em “O Poder do Hábito”, assim você pode começar a mudar o que lhe faz mal:

Passo 1 - Identifique um hábito: analise a rotina. Por exemplo, “todos os dias, às 15 horas, eu como um doce”. Para isso, vale manter um pequeno diário com anotações corriqueiras. Muitas vezes, você nem percebe que o mau hábito está ali escondido no dia a dia.

Passo 2 - Teste a recompensa: assim que tiver vontade de partir para o doce, se distraia com alguma coisa. No dia seguinte, troque por uma fruta. A ideia é descobrir o que de fato você procura. Será saciar a fome? Ou apenas se distrair?

Passo 3 - Descubra o gatilho: anote por três dias onde estava e o seu estado emocional quando a vontade, de comer o doce, por exemplo, surgiu. Talvez a dica seja o horário, talvez o lugar onde você está.

Passo 4 - Elabore um plano: com o problema e o motivo identificados (tenho vontade de comer um doce sempre às 15 horas, uma hora depois do almoço), crie alternativas. Se for fome, substitua por uma fruta. Se for tédio, faça uma atividade diferente. Depois de repetidas vezes, a mudança vira hábito.

Que hábito você precisa modificar?


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